A Matemática é uma linguagem e, com tal, pode ser compreendida por quem a estuda, ou parecer ideogramas chineses para quem não se interessa em conhecê-la.
Para os que ensinam Matemática, é usual ter diante de si alguns rostos que olham para o quadro como se ali estivessem os arabescos de uma cultura distante. Esse é o dilema de um país onde os rudimentos da Matemática são mal ensinados no ensino fundamental. Quando, mais à frente, o aluno tenta recuperar o tempo perdido, confronta-se com o árduo desafio de aprender uma nova linguagem, o que para a criança é algo praticamente inato, mas para o adolescente é tarefa árdua.
Uma forma de reagir às dificuldades matemáticas é dizer que todos aqueles modelos não servem para nada. Concluída a Universidade, muitos passam pela vida sem precisar resolver uma equação do segundo grau. “Para que estudar uma linguagem tão complexa se para nada irá servir?”
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Ao passar em revista provas de anos anteriores do ENEM, observa-se que as questões da prova de Matemática estão imbuídas de um grande esforço em fazer a ciência parecer útil. A começar pelo título da prova, agora chamada de “Matemática e suas Tecnologias”, para denotar a aplicabilidade da ciência. Percorrendo as questões, encontram-se enormes enunciados, que consomem tempo excessivo para sua compreensão, no intuito de ligar uma simples equação a uma situação real.
[blockquote style=”blockquote_style1″ align=”aligncenter” textcolor=”#000000″ background=”#2db300″]Para que a Matemática deixe de ser esse monstro de sete cabeças, nossa equipe está cada vez mais empenhada para trazer este conteúdo de maneira simples e acessível para os estudantes. [/blockquote]
É muito difícil traçar limites para a ciência. O que pode ou não ser feito, o que deve ou não ser pesquisado. Como comparar Pitágoras, deslumbrado pelas possibilidades abertas pelo traçado de uma altura de um triângulo retângulo e Newton, ao usar o cálculo diferencial para resolver os dilemas da física?