Quando uma criança nasce ela é recebida e envolvida com muito amor e carinho por todos os membros da família, como, mãe, pai, irmãos, tios, primos, avós, assim como por amigos da família e vizinhos. Toda essa aceitação, faz com que a criança tenha segurança.
Atualmente, com a mulher inserida no mercado de trabalho, por uma série de motivos, desde a colaboração com o orçamento doméstico e até mesmo a sua realização profissional, quando uma mulher tem um bebê e sabe que depois da sua licença maternidade ela deverá voltar para o seu trabalho, as famílias começam a buscar soluções para onde deixar o bebê, que muitas vezes acaba ficando com babás, familiares ou amigos, até atingir a idade escolar, mas muitas famílias optam pela escola desde o berçário, que recebe os bebês a partir dos 4 meses de idade.
Independente da idade que essa criança chega na escola, é lá, na escola, o primeiro local onde esta criança tem o contato com a sociedade, porque desde então ela só convivia com as pessoas que a amam.
Até esta fase da vida, ela tinha recebido um amor e uma atenção únicos, que não eram divididos ou, quando divididos, era entre irmãos, mas é ali, na escola, que realmente acontece a inclusão da criança na sociedade da divisão da atenção, do carinho e do amor, porque na escola também há esses sentimentos, porém divididos com todas as crianças que estão ali.
É na escola que a criança vai aprender a dividir o seu espaço com outras crianças, de outras famílias, outros costumes, outras culturas. É na escola que, muitas vezes, surgem os primeiros nãos, as primeiras frustações, mas é lá também que surgem os primeiros amigos, novos aprendizados e a miscigenação cultural, onde a criança deixa um pouquinho dos costumes da sua família e entra em contato com os costumes e a cultura de outras famílias.
Para nós professores essa troca é muito clara. Cada aluno traz uma “ bagagem” cultural dos costumes da sua família e, na escola, a criança socializa esta vivencia com outras crianças que, por sua vez, também trazem suas “bagagens”. Essa convivência faz com que ocorra um compartilhamento de todas essas culturas e cada criança acaba aprendendo e levando para as suas famílias um pouquinho da cultura do outro – situação esta, que julgo muito importante para a formação de um novo ser, único, seguro, individual e muito importante para a sociedade.
É na escola que a criança socializa também seus gostos por músicas, desenhos, coisas, comidas, enfim, é na escola que a criança aprende a respeitar a si mesmo, o seu próprio espaço, e a respeitar o outro, e o seu espaço. Longe do que muitas pessoas imaginam, a escola não é responsável apenas pela aprendizagem de diferentes conteúdos de disciplinas. É na escola que a criança aprende a conviver em sociedade. A escola é a preparação do indivíduo para a sociedade.
E todo esse aprendizado ocorre no cotidiano escolar de uma maneira natural, sem traumas por conta da inocência, da vitalidade, da energia e da alegria de uma criança. Para os pais, basta a confiança neste local e nos profissionais que estão ali e, se houver dúvidas quanto a isso, basta parar um pouquinho, voltar no passado e relembrar a sua vida escolar, principalmente os primeiros anos, o que remete a uma lembrança gostosa. E é com essa sensação nostálgica e gostosa da minha infância na escola, que encerro esse texto.
Um grande beijo no coração.
